7:50 AM

Porn? Obviamente que sim

Posted by Robino do covil


Há uns vinte e tal anos atrás, era o Robino um rapazola, encontrar material pornográfico seria quase uma missão impossível. Hoje, sucede o reverso: é quase uma missão impossível evitá-lo. A pornografia deixou os mal afamados cinemas que passavam sessões contínuas para maiores de 18, as revistas Gina ou Tânia, e explodiu na internet.

A porn está por todo o lado, mas nem por isso os seus detractores deixam de lamentar amargamente o facto e de condenar o fenómeno. Curiosamente, a crítica à porn é transversal às elites políticas: quer à Esquerda quer à Direita, embora por motivos diferentes, se encontram argumentos vários para condenar a proliferação de material pornográfico.

Para os meios conservadores, a porn é inaceitável acima de tudo por uma razão: vai contra aquilo que deve ser o sexo na perspectiva cristã; assim, a representação visual (e sonora) de actores envolvidos em canzanas, broches, sessenta e noves, orgias e afins terá para os conservadores
como objectivo primário não exactamente a procriação ou, sequer, a realização física do amor espiritual entre dois seres humanos de sexo diferente, mas antes o gozo: o orgasmo de per si, o que é inaceitável para a mente verdadeira mente cristã.

À Esquerda, as críticas à porn são porventura mais consistentes, alicerçando-se em dois argumentos cardinais: A porn transforma a mulher em mero objecto sexual, logo é machista e aviltante para o belo sexo; a porn explora as mulheres que dela participam, que serão muitas vezes drogadas ou de outro modo compulsivamente obrigadas a "representar" as cenas de sexo.

A crítica conservadora nem me merece comentário. Quanto às de Esquerda, estas parecem-me, no mínimo, simplistas. Em relação ao primeiro argumento, se na porn a mulher é transformada em objecto sexual, o que dizer do homem? O que são ou foram Ron Jeremy e John Holmes? Simples: são máquinas de foder particularmente bem dotadas e nada mais. Logo, se a mulher é aviltada, o mesmo sucede ao homem (porra, eu é que não gostava de ser apreciado apenas porque fodo melhor ou pior). Quanto ao segundo argumento, está-se mesmo a ver que se há mulheres na indústria que são forçadas a nela participar, a culpa não é da porn em si, mas sim das autoridades, que deveriam efectuar, neste caso como em tantos outros, uma mais apurada fiscalização às condições de trabalho.

Há ainda um outro argumento, utilizado sobretudo por algumas mulheres que se auto-intitulam feministas e que respeita à alegada fraca performance sexual de homens que desde muito cedo tenham tido contacto com a pornografia. De acordo com este argumento, as técnicas empregues pelos actores pornográficos (masculinos) não são de molde a dar prazer à mulher e, por isso, um homem que tenha como modelo para a sua vida sexual o que viu na porn será um incompetente na cama.

Quanto a este último argumento e salvaguardando que cada caso é um caso, devo dizer que a minha iniciação aos assuntos do sexo passou precisamente pelo visionamento de filmes porn da década de setenta e que, embora tenha tido, depois, no mundo da prática, professoras muito competentes, a "teoria" que bebi nessa porn da adolescência
me ajudou imenso a dar felicidade às mulheres com quem tive a sorte e o prazer de me relacionar intimamente desde então. (Se não acreditam basta irem à procura da fantástica técnica de minete do já referido Ron Jeremy, técnica que ainda hoje utilizo, aparentemente com resultados bem satisfatórios).

Finalmente, encontrei há dias este estudo, que estabelece uma razão, senão de causa e efeito, pelo menos de grande coincidência entre o aumento da oferta pornográfica e a diminuição dos casos de violação.

Tudo isto então para dizer que considero que a porn teve e tem um efeito saudável sobre as nossas sociedades, não aviltando a mulher ou o
sexo, mas antes ajudando-nos a encarar o corpo e as múltiplas sexualidades de forma mais desinibida e tolerante; aliás, não será talvez de menor importância ter em linha de conta que, actualmente, nas sociedades mais totalitárias (Irão, Coreia do Norte, etc) a pornografia permanece um tabú que dá direito a ENFORCAMENTO(!!!) e é precisamente nas sociedades mais abertas onde ela floresceu e floresce.

PS- Há de facto porn que considero
extremamente aviltante para o sexo feminino, como esta, mas parece-me óbvio que não é o tipo de porn que se vá ver com o parceiro(a) ou de onde se vá beber um ideal estético de sexo, para depois o pôr em prática... Bem pelo contrário, acho que esse tipo de pornografia funciona um pouco como a violência na Televisão: serve para alguns homens se redimirem das suas frustrações, masturbando-se, e assim obsta a que coloquem em prática semelhantes aberrações.

0 comments: