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Cobarde

Posted by Robino do covil


O meu primeiro encontro com a cobardia deu-se teria cinco ou seis anos quando o meu melhor amigo me abandonou no meio de uma luta com os putos do prédio rival ao nosso. À distância percebo que ele não foi cobarde coisa nenhuma; teve foi o bom senso de fugir de uma luta antecipadamente perdida, pois eles eram seis e nós só dois.

Com o passar do tempo fui refinando a minha noção de cobardia e apercebendo-me que era um dos maiores cobardes que conhecia. A cobardia é para mim não o medo dos outros, mas o de nós mesmos. O medo de falharmos, de não conseguirmos, de perdermos, ou tão somente o medo de termos medo.

Em última análise, descobri que o melhor remédio para a cobardia é avançar ao seu encontro de peito aberto e sem medo de correr os riscos inerentes a essa atitude ou, o que é pior, arcar com as suas consequências.

Hoje, dia 11 de Outubro de 2006, assinalo a passagem do meu 11 de Setembro pessoal, que, no meu caso, chegou com um mês de atraso e que na altura não soube reconhecer por aquilo que era, um desastre, mas antes o confundi com uma benção. Seja como for, paguei o preço. E não me arrependo de não ter tido medo embora tivesse errado ao arriscar da forma como o fiz.

De qualquer modo, sem medo, brindo a esse passado, a este presente de que ele é prólogo, e ao futuro, que só a mim pertence e que serei só eu a fazer, ciente de que onzes de Setembro há muitos mas que está nas minhas mãos superá-los e fazer dos onzes de Outubro a minha força e coragem.

Viro costas à cobardia e saúdo-vos, orgulhoso até, daquilo que sou e do que virei a ser. Por isso também, deixem-me convidar-vos: alguém me acompanha e brinda comigo aos futuros aniversários, bons ou maus, com um copo de água fresca?..

PS- Quem não vence os seus medos não merece ser feliz.

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