Nas últimas semanas muitos disparates se têm dito a propósito de um concurso televisivo que pretende "eleger" o maior português de todos os tempos. Os dislates que sobre a matéria têm circulado são vários, mas o meu preferido é o do carácter democrático da coisa: "Você pode votar em quem quiser, até no seu vizinho." Então mas eu agora vou lá votar no filho da puta que mora por baixo do meu apartamento e que, ontem, me acordou às três da matina, a dizer que tinha uma inundação em casa, que lhe chovia em casa e a quem eu, afavalmente, recomendei a compra de um guarda-chuva, só para ver o gajo ficar mais cinzento que o céu dos últimos dias em menos de dois segundos?.. Era o que mais faltava!
Obviamente, o critério para a escolha tem de passar pelas acções dos putativos candidatos: têm de ser pessoas que tenham contribuído para o bem do país e da Humanidade em geral, de forma sólida e consistente.
Assim sendo, não percebo a razão de ser deste concurso; está na cara que a escolha tem de recair num homem que, ao longo de mais de vinte anos, single-handed e sem qualquer apoio do Estado, proporcionou a felicidade a milhares de pessoas; um homem que levou aos quatro cantos do globo as qualidades do ser português; um homem, enfim, simples e sem pretensões de grandeza, um homem que não se deixou enebriar pelo poder mas antes partilhou o seu dom do Amor com quantas pode. O seu nome, o nome do maior português de sempre é, sem qualquer dúvida, Zezé Camarinha.
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